sábado, 12 de maio de 2018

A Morena

Ah ela é muito o que não sei
tanto que não cabe mais
na ponta da vida
no penhasco dos ais
Nos morros dos murros
ela embarca e se emboca
numa nuvem flutuante
quase que'la se sufoca

Ah ela é uma obra prima
da irmã da perfeição
que do choro faz riso
e do tédio emoção.
Nos seus trapos e retalhos
na dancinha de quintal
que ela fala mais bonito
do que nunca viu-se igual.

Crespo é cabelo dela
com cachinhos a cair
com o chocolate todo
no seu corpo a seduzir.
É de ferro as panturrilhas
e seus pés são um pomar
onde colho doces frutos
- delícias - e o manjar.

Eu nunca vi um joelho
que pareça como o dela
um labirinto traiçoeiro
como os morros na favela.
Subo o trecho evidente
me desvio de  um poço
pelas estradas de seu peito
me descanso no pescoço.

Queixo em que me equilibro
pra escalada começar
Mas não aguento e dou parada
na sua boca pra beijar.
Ela é macho - teme bigode
mas é meu, é só meu!
As maçãs de sua face
é mui linda, oh meu Deus!

Ela não ganha concurso
por ser grande o nariz seu.
Graças dou porque do cheiro
ela sabe qual o meu.
Se me perco sou achado,
se me escondo, procurado,
e se paro nos seus olhos.
Eita eu já fui pescado.

Na sua testa deixo um beijo
mais molhado que o mar,
e doce como o mel
pra o universo lhe honrar!
E acaba que declino
minha cabeça pra trás
e pro Céu fito meu Deus
p'r'ela  Graças a 'Le dar!

Nascimbene 13/05

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