sábado, 11 de fevereiro de 2017

Demônio homem

E no sofá,
ficando eu dormindo,
sonhando estava
quando eu te vi:
moreno forte,
e muito, muito lindo -
mas olhos feios
que bem percebi.
- És um demônio!,
logo adiantei,
e seu sorriso
mais se alargou.
Tuas mãos grandes
cheias de cabelos,
teus dedos firmes
todos a me puxar,
teu peito alto,
tua voz tão grave,
teus toques íntimos
a me acariciar.
- És um demônio!,
logo repeti,
mas quando vi
estava a me entregar.
Agora, debochativamente,
teu corpo quente atraia o meu;
e se afastava, e eu loucamente,
me aproximava para junto ao teu.
Minhas mãos desciam
e encontravam o membro
a latejar pecado e horror;
as tuas incentivando o ato
me seguravam no teu calor.
- És um demônio!,
e lutei contigo,
sempre perdendo e deixando ceder.
Quando o molhado eu senti sair
saltei do sonho e me vi real.
Me lavei, repreensivamente,
pedi a Deus pra te afastar
das dos meus olhos
retinas traídas
teu jeito mórbido de me conquistar.
Era demônio!
(Lembrei da esposa
e da criança em casa a dormir).
Era demônio!
Devassidão!
Da Perdição
me senti sair...

Nascimbene, 02/2017.


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